07, novembro, 2025 Operações letais não atingem o crime organizado; a Ciência sim, aponta professor
A megaoperação que reuniu diversas forças de Segurança Pública realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na cidade do Rio de Janeiro, no final de outubro, resultando em 121 mortos – sendo quatro policiais-, motivou um importante debate. Qual seria a forma mais eficaz de combater – e desarticular – as ramificações do crime organizado?
A necessidade de encontrar alternativas para que o Estado diminua o poder bélico e econômico, além da influência social e política, de facções criminosas como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) pautou discussões pelo Brasil nos últimos dias.
Para ampliar a análise sobre esse cenário, o “Um Tema” podcast convidou Rodrigo Alberto Toledo, professor da Pós-graduação Interdisciplinar da Unicamp e pesquisador vinculado ao Laboratório de Estudos do Setor Público (Lesp), da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), também da universidade. Além disso, Toledo também é mestre em Sociologia, doutor em Ciências Sociais e pós-doutor em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Ele ainda desenvolve pesquisas sobre teorias sociológicas, desigualdades sociais, vulnerabilidade, espoliação urbana, processo de planejamento urbano e metodologias participativas na formulação de políticas públicas.
“A pesquisa e a inteligência baseadas em dados são fundamentais, e mais eficazes, para que haja um desmantelamento do crime organizado. Mais do que o fuzil, que não produz diagnóstico. Já a pesquisa, sim”, afirma o professor. “A academia pode atuar ao lado dos governos para produzir dados confiáveis - sociológicos e econômicos - para se chegar à engrenagem do crime organizado. É possível analisar as políticas públicas em curso e apontar possíveis correções, distinguindo o que funciona e o que não serve”, acrescenta Toledo.
Ficha técnica
Produção e entrevista: Fábio Gallacci
Edição de áudio: Bruno Piato
Capa: Alex Calixto
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Apoio: Cris Kämpf – Assessoria FCA
Coordenação geral: Patrícia Lauretti
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